O sequestro da sogra de um integrante da BM (Brigada Militar) por facção criminosa levou a Polícia Civil gaúcha a deflagrar em Canoas (Região Metropolitana), na manhã desta terça-feira (3), a operação “Cativeiro”. Ao todo, quase 500 agentes cumpriram 70 ordens judiciais, abrangendo também endereços em Porto Alegre, Cachoeirinha, Charqueadas e Pelotas.

Além da prisão de seis indivíduos, a ofensiva resultou na apreensão de duas armas, munição, drogas, coletes balísticos, capuzes, um rádio comunicador e “miguelitos” (artefato de metal lançado sobre ruas ou estradas para furar pneus de veículos).

A investigação começou quando a quadrilha se apossou de apartamentos em dois condomínios do programa “Minha Casa, Minha Vida” no bairro Rio Branco, em Canoas, expulsando moradores e passando a vender entorpecentes nesses locais. Em represália às ações de repressão policial, o grupo sequestrou uma mulher para tentar cometer uma emboscada contra o seu genro, policial militar.

Foram executados dez mandados de prisão preventiva, mais 60 de busca e apreensão, pelos crimes de extorsão mediante sequestro e organização criminosa. Além da BM, a operação da Polícia Civil contou com o apoio da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários) e da Guarda Municipal de Canoas, totalizando assim quase 500 agentes de segurança pública engajados diretamente à ofensiva.

Ordem partiu de um presídio

Ainda conforme os investigadores, a ordem para o rapto teria partido de uma liderança criminosa de dentro do sistema prisional. Ao menos oito suspeitos estão envolvidos no caso de extorsão mediante sequestro, incluindo o porteiro de um dos condomínios dominados pelos traficantes.

Um dos investigados capturados nesta terça-feira teve envolvimento direto em um atentado, em 2019, contra veículo do transporte coletivo em Canoas. Na ocasião, ele mandou atear fogo a um ônibus no terminal do bairro Mathias Velho.

(Marcello Campos)