Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2020

Durante reunião nesta quarta-feira (26), o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus da prefeitura de Porto Alegre decidiu aguardar o fechamento dos dados epidemiológicos desta semana sobre a pandemia de coronavírus para voltar a falar sobre novas flexibilizações do comércio e de serviços a partir da semana que vem, com o início de setembro.

O grupo também definiu que conversará com representantes do setor de educação para tratar de protocolos de retomada de atividades. Serão agendados encontros, ainda, com responsáveis por feiras fixas ao ar-livre e cerimônias fúbebres, além de líderes religiosos.

Um dia antes, ao detalhar o atual cenário epidemiológico em videoconferência com líderes de entidades empresariais, a equipe técnica ouviu reivindicações e ficou de analisá-las nesta quarta-feira.

O titular da SMS (Secretaria Municipal de Saúde), Pablo Stürmer, frisou que o contexto é estabilidade nos índices de ocupação das UTI (Unidade de Terapia Intensiva), por exemplo, mas defendeu a necessidade de cautela, até por conta do volume de pessoas atendidas por sintomas gripais e de coronavírus.

“Avançamos na redução das restrições das atividades econômicas mas precisamos ter responsabilidade para evitar um descontrole que implique em retrocesso. Esperar alguns dias pode evitar que serviços fiquem fechados por semanas”, ressalvou.

Ampliação

Na pauta da categoria está a permissão para que o comércio não essencial possa funcionar até as 19h e também aos sábados. Até o momento, as regras vigentes em Porto Alegre restringem esse tipo de atividade á faixa de segunda a sexta-feira, entre 10h e 17h (ou do meio-dia às 19h, no caso dos shopping centers).

Na avaliação do presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) da cidade, Irio Piva, os estabelecimentos do setor têm respeitado todos os protocolos de segurança contra o contágio pela Covid. Ele garante que tais ambientes são seguro para clientes e funcionários: “Continuaremos na defesa do pedido de abertura do comércio aos sábados, principal dia de faturamento dos lojistas”.

O dirigente considera fundamental o fato de a prefeitura ter estipulado uma faixa de dias e horários para que as lojas mantenham as portas abertas ao público, mas vai além, adiantando que a categoria deseja obter autorização para operações também aos domingos. “Dessa forma, corremos um risco menor de aglomerações em ruas e nos ônibus”, argumenta.

O presidente do Sindilojas de Porto Alegre, Paulo Kruse, calcula que que ao menos 9 mil comerciários já tenham sido demitidos na capital gaúcha desde março, primeiro mês da pandemia no Rio Grande do Sul. Além disso, aproximadamente 20% das firmas comerciais encerraram as atividades ao longo deste período. Já as vendas do setor, conforme a entidade, despencaram em torno de 35% em relação ao mesmo período do ano passado.

Status

Porto Alegre é líder no Rio Grande do Sul em número de casos confirmados de coronavírus (11.860 desde março). Também está no topo no que se refere aos óbitos pela doença (635 perdas humanas).

No início da noite desta quarta-feira, 87,3% dos leitos de UTI estavam ocupados na cidade, sendo que 38,8% por pacientes com infecção confirmada pela Covid.

(Marcello Campos)

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