Imagem: Casa Branca / Divulgação
A União Europeia anunciou nesta segunda-feira (7) que irá aplicar a primeira série de medidas retaliatórias contra os Estados Unidos a partir de 15 de abril. Essa decisão é uma resposta à imposição de altas tarifas pelo presidente Donald Trump, que afetam diretamente produtos europeus com taxas de até 20%, reacendendo as tensões comerciais entre os dois blocos.
“Não podemos adiar mais a implementação das tarifas”, afirmou o comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic, após uma reunião com representantes do bloco em Luxemburgo. Ele também informou que a lista de produtos norte-americanos afetados será divulgada ainda hoje entre os Estados-membros, com uma votação formal sobre as medidas agendada para quarta-feira (9).
Nesta primeira fase, a UE deve reativar sanções que já haviam sido aplicadas durante o primeiro mandato de Trump, quando ele impôs tarifas de 25% sobre aço e alumínio. Essas represálias estavam suspensas após o presidente Joe Biden revogar as tarifas, mas retornaram com a volta de Trump ao poder.
A lista final dos produtos que serão taxados ainda não foi revelada e há discussões internas sobre o assunto. Por exemplo, a Itália defende a exclusão do uísque da lista para evitar represálias no setor de vinhos europeus.
Outra rodada de retaliação está marcada para 15 de maio, quando a taxa de 20% sobre as importações do bloco europeu entrará oficialmente em vigor nos EUA. Sefcovic ressaltou que a intenção não é entrar em uma guerra de tarifas, mas sim distribuir os encargos de forma equilibrada entre os países-membros.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que a UE tentou negociar com os EUA, propondo a eliminação das tarifas para bens industriais, mas não obteve uma resposta satisfatória. Ela reiterou a disposição da Europa para fazer bons acordos comerciais.
As tarifas impostas pelos EUA têm causado instabilidade nos mercados financeiros globais, com reações negativas nas bolsas. Questionada sobre a possibilidade de suspender temporariamente as medidas, a Casa Branca desmentiu uma manchete que mencionava essa hipótese, classificando-a como “fake news”.