Possíveis casos de reinfecção pelo coronavírus não inviabilizam a produção de nenhuma vacina, defende o secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn. Segundo ele, as ocorrências, até o momento, são pontuais e estão sendo investigadas. “Quando tomamos vacina da gripe, anualmente, há pessoas que não se imunizam de forma adequada, tendo casos mais leves, não tendo quadros graves, fatais ou que exijam internação. Por isso, vacinamos anualmente. Então, assim será com a Covid-19, muito provavelmente precisaremos revacinar. Então, casos de pessoas que não desenvolveram a imunidade é algo muito pontual no mundo, os casos estão sendo estudados para que possamos ter resposta sobre a imunologia desses pacientes. Isso não inviabiliza nenhuma vacina”, explica, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

Atualmente, o governo de São Paulo está negociando com o governo federal a destinação de recursos para a produção de uma eventual vacina contra a Covid-19. Para isso, autoridades de saúde do estado se reuniram na quarta-feira, 26, com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, para discussão sobre o assunto. Segundo Jean Gorinchteyn, a conversa foi “bastante amigável”, destacando a relação já existente entre o ministério e o Instituto Butantan, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do imunizante. “A maioria das vacinas que é distribuída pelo ministério é produzida pelo Butantan, então essa relação já existe. O entendimento ficou muito claro que precisamos de várias vacinas e, neste momento, de incentivos econômicos, que serão alocados tanto para o término dos estudos clínicos quanto para a finalização da fábrica do instituto”, afirma. A CoronaVac, vacina que passa pela terceira e última fase dos testes clínicos, está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech. A previsão é que, com o financiamento de R$ 1,9 bilhão solicitado pelo Estado de São Paulo, 120 milhões de doses do composto estejam disponibilizadas para imunizar 60 milhões de brasileiros, que devem receber dupla imunização contra o coronavírus.

Embora o governo do estado defenda os resultados positivos do composto chinês, o secretário da Saúde não descarta que outras possíveis vacinas sejam também distribuídas no estado para imunizar a população. “Todas as vacinas que estiverem aprovadas e reguladas pela Anvisa serão distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Seguindo os mesmo critérios da gripe, primeiro a vacina para grupos de idosos, pessoas privadas da sua liberdade, professores e profissionais da saúde. Depois disso, outros grupos terão a oportunidade de receber.  Todas as vacinas estarão sendo disponibilizadas pelo sistema único de saúde, atingindo todas as pessoas, inclusive em regiões remotas do nosso país”, finaliza. Além da CoronaVac, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford também está em fase de testes no Brasil. Há previsão ainda que, em parceria com o governo do Paraná, testes clínicos do imunizante russo também sejam aprovados pela Anvisa.