O PSDB oficializou o nome de Bruno Covas como candidato à releição à Prefeitura de São Paulo durante convenção realizada neste sábado, 12. O evento exaltou a ampla liderança partidária em torno do tucano, que conta com o apoio do DEM, Podemos, MDB, PSC, Progressistas, PL, PROS, Cidadania e PV. As alianças garantirão a Covas o maior tempo de exposição em rádio e TV durante a campanha eleitoral. O vereador Ricardo Nunes (MDB) será o candidato a vice.

O prefeito aproveitou a coletiva de imprensa para exaltar os partidos do centro. “Não é só a minha candidatura, mas várias candidaturas de centro espalhadas pelo País mostram que o pano de fundo a retomada do centro como pólo importante de política e da relação com as pessoas. Na última, houve uma votação forte dos radicalismos. Já não votei nele (Bolsonaro) em 2018. Não tenho pretensão de fazer pra ele em 2002. Minha candidatura representa o centro. O centro tem sim sua importância e sua força política”, afirmou.

Embora Covas tenha evitado nacionalizar o discurso, aliados defenderam que ele é, na capital, o vetor de uma coalizão que almeja ir além da eleição municipal e pode ser o primeiro passo de uma frente contra presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), no Congresso Nacional e na eleição presidencial de 2022. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a eleição municipal “é uma prévia do que pode acontecer no futuro” e que é preciso “aproveitar a campanha para dar a sensação que (o Brasil) pode ter um rumo”.

Apontado pelo PSDB como potencial pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2022, o governador de São Paulo, João Doria, fez um discurso incisivo contra Bolsonaro. “Os verdadeiros patriotas não são só aqueles que vestem uma camisa verde amarela para seguir às cegas lideranças que não conduzirão o Brasil para um patamar de igualdade, justiça e fraternidade. A nossa camisa verde a amarela defende a democracia, a diversidade e a compaixão”, afirmou Doria.

A ex-prefeita Marta Suplicy também participou do evento após romper com o seu antigo partido, o Solidariedade, para apoiar covas na disputa. “Soubemos nos unir frente ao mal maior. Nesse momento eu percebo uma sombra em nossa cidade, que é reflexo de nossa pátria. A gravidade dessa situação me levou, desde o ano passado, a conversar com todas as forças democráticas no sentido da construção de uma frente ampla.”

*Com Estadão Conteúdo