Na madrugada do domingo (13), a Polícia Civil de Jaguarão prendeu preventivamente um homem de 20 anos, autor de duplo homicídio ocorrido na madrugada do último dia 11, no Centro de Jaguarão. O autor foi preso na residência de um familiar e acabou confessando o envolvimento no delito. O indivíduo era filho das vítimas e planejava o crime há aproximadamente dois anos, desde quando estava tentando achar alguém para a execução de seu plano. Ele não possui antecedentes policiais.

As vítimas foram atingidas com disparos de arma de fogo na região da cabeça enquanto dormiam em sua residência e morreram no hospital, após serem socorridas. Os motivos do crime ainda não foram suficientemente esclarecidos. Os demais envolvidos no delito ainda estão sendo investigados. Acontecerá uma coletiva nesta segunda-feira às 10h na Delegacia de Polícia de Jaguarão.

Na madrugada do dia 11 de setembro, aconteceu o assassinato de Manoela Renata Chagas (40) e Paulo Adão Moraes (50) dentro de sua residência, localizada no Centro de Jaguarão, cada um recebeu um tiro com arma de fogo, os dois foram levados ao hospital, mas não resistiram aos ferimentos. Na ocasião, a caminhonete do casal foi roubada e em seguida abandonada.

Quedas

Pelo quarto mês consecutivo, o Estado apresentou redução no número de assassinatos de mulheres por motivo de gênero. Enquanto agosto do ano passado contabilizava 8 feminicídios, esse ano o mês que celebra a criação da Lei Maria da Penha registrou 4 vítimas – nenhuma delas contava com Medida Protetiva de Urgência. Num contexto mais amplo, como nos primeiros oito meses do ano, a redução desse índice criminal vai de 63 vítimas em 2019 para 57 em 2020, ou seja, menos 10%.

Os dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Ainda nesta comparação, outros importantes indicadores criminais para as gaúchas também reduziram – tentativas de assassinato por motivo de gênero passaram de 27 para 26 (-3,7%); ameaças caíram 15,1%, de 3.004 para 2.551; lesões corporais retraíram 6,9%, de 1.460 para 1.359; e estupros reduziram 19,9%, de 156 para 125.

Na soma dos oito meses, feminicídios tentados acumulam queda de 7,8% frente a igual período do ano passado, baixando de 232 para 214 vítimas. Na mesma comparação, também caíram as ameaças, de 24.956 para 21.894 (-12,3%), as lesões corporais, de 13.516 para 12.427 (-9,4%), e os estupros, de 1.085 para 1.077 (-0,7%).

A melhora nos índices é fruto do trabalho árduo dos operadores da Segurança Pública. No mês passado, por exemplo, o governo criou o Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, que passou a integrar o Programa RS Seguro e hoje é responsável pelo Projeto Agregador, que trabalha em várias frentes na tentativa de conscientizar a sociedade sobre a violência contra a mulher.

Isoladamente, as instituições também fizeram a sua parte. A Polícia Civil disponibilizou um WhatsApp – (51) 9.8444.0606 – para o recebimento de denúncias em qualquer horário. A Instituição também abriu a possibilidade de registro de boletim de ocorrência de violência doméstica pela Delegacia Online e intensificou, por meio das 23 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs), ações de repressão, como cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão de armas. Também foi priorizada a remessa dos procedimentos graves e de descumprimento de medidas protetivas de urgência (MPU) ao Poder Judiciário.

Também foi registrada queda de 60% nos latrocínios – de 10 casos em agosto de 2019 para quatro neste ano. O número repete o menor total já registrado para o mês desde 2002, quando teve início a série histórica de contabilização. Já na comparação de acumulados desde janeiro, a soma de roubos com morte está 15,4% menor neste ano frente ao anterior, com baixa de 52 casos para 44 – o menor para o período desde 2009, quando houve 38 latrocínios.