Por Redação O Sul | 12 de agosto de 2020

O prefeito Nelson Marchezan Júnior defendeu nesta quarta-feira (12), a criação de políticas públicas de âmbito nacional para qualificar o transporte coletivo nas cidades. Durante um evento sobre mobilidade realizado pelo jornal  Estado de S. Paulo, Marchezan apontou que a falta de diretrizes nacionais dificulta a adoção de modelos capazes de viabilizar os serviços, na medida em que cada prefeitura adota soluções próprias.

“Ninguém imagina que um usuário do SUS deva pagar por uma consulta no SUS. Ninguém imagina que um estudante da rede pública de ensino deva pagar mensalidades para aprender. No entanto, quando falamos do transporte público, ninguém questiona o fato de que quem paga é o próprio usuário – que, na maioria dos casos, é uma pessoa sem recursos, uma pessoa carente”, argumentou o prefeito. “Sem uma política nacional clara, que possa ser discutida a fundo no Congresso, será muito difícil o transporte público avançar nas cidades.”

Durante o debate, Marchezan destacou que o número de usuários no transporte coletivo já vinha caindo em Porto Alegre antes da crise do coronavírus, com uma redução acumulada de 32% entre 2012 e 2019. Neste ano, a redução chegou a ser de 80%, e ninguém sabe se o volume de passageiros voltará aos patamares pré-pandemia. Ao mesmo tempo, destacou o prefeito, Porto Alegre vem se esforçando para evitar um colapso no setor.

Entre os avanços, citou a redução de 76% nos assaltos em ônibus – um sinal de que o sistema está mais seguro para o usuário. Lembrou, ainda, que a prefeitura pretende ampliar em 22 quilômetros as faixas exclusivas para ônibus na cidade, o que representa um aumento de 130% em relação à malha já existente. Desse total, mais de 10 quilômetros foram implantados durante a pandemia. Para os usuários, o resultado até aqui foi uma redução de até 25 minutos no tempo médio de viagem. “Todos nós vamos viver melhor se tivermos uma cidade com um transporte coletivo mais adequado”, defendeu Marchezan.

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