Investigação começou no ano passado depois que sogra de um policial teria sido sequestrada. Mais de 20 famílias foram obrigadas a deixar os apartamentos. Polícia faz operação contra grupo suspeito de expulsar moradores de condomínios em Canoas
A Polícia Civil faz uma operação, na manhã desta terça-feira (3), contra um grupo suspeito de expulsar moradores de dois condomínios em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Até as 10h50, oito pessoas haviam sido presas.
Estão sendo cumpridos 60 mandados de busca e apreensão e nove de prisão preventiva em Canoas, Porto Alegre, Cachoeirinha, e nos presídios de Pelotas e Charqueadas.
Segundo o comandante do 15º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Jorge Dirceu Filho, a investigação começou em outubro do ano passado quando a sogra de um policial militar foi sequestrada.
“Objetivo deles [dois criminosos] era saber o paradeiro desse policial militar, pois haviam recebido ordem de executar o policial após uma prisão ocorrida aqui no condomínio”, afirma.
De acordo com a polícia, a facção estaria descontente com ações policiais na cidade. As investigações apontaram que a ordem do sequestro foi dada de dentro do sistema prisional.
“[Foi] determinado que esta fizesse contato com a filha mediante ameaça de morte, para que fornecesse dados como endereço do policial militar considerando uma represália”, informa a polícia.
A partir desse ataque a polícia organizou e investigou a ação dos criminosos nos condomínios.
Investigações descobriram extorsão mediante sequestro de uma parente de um policial militar
Divulgação/Polícia Civil
Segundo o comandante, as portarias dos dois condomínios eram dominadas pelo grupo criminoso, que ficava armado.
“Não foi uma ou duas vezes que as guarnições chegavam e houve troca de tiros já na chegada”, conta.
“Eles usavam como método a expulsão dos moradores dos apartamentos para que eles pudessem tomar conta e também obrigavam alguns moradores a guardar armas e drogas dentro dos apartamentos, e aqueles que não se sujeitavam a isso eram expulsos dos condomínios”.
Mais de 20 famílias teriam sido obrigadas a deixar os apartamentos que moravam.
As investigações ainda apontaram que os criminosos possuem grande arsenal de armas automáticas, postos de vigia nos condomínios e controle da portaria.
Foram apreendidas armas, munição, drogas, miguelitos, colete balístico, rádio comunicador, dinheiro e touca ninja.
A operação da Polícia Civil ocorre em conjunto com a Brigada Militar, com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e a Guarda Municipal.
“Nosso objetivo com esses 500 policiais militares, civis, agentes da Susepe e guardas municipais é reestabelecer a ordem dos condomínios, trazer tranquilidade para as pessoas. A gente tinha dezenas de denúncias”, afirma o delegado Mario Souza, diretor da Delegacia Regional de Canoas.
Em nota, a prefeitura de Canoas informou “que irá intensificar, junto das demais forças de segurança, a fiscalização nos condomínios para evitar a ocorrência de ilícitos. A operação deflagrada nessa terça-feira (3), que contou com a participação da prefeitura, é considerada exitosa, já que vai garantir a retomada da tranquilidade dos moradores da região. A ação é um desdobramento dos investimentos que estão sendo realizados nos últimos anos em inteligência, rondas ostensivas e integração das forças”.
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