Passageira afirma que companhia aérea foi omissa com homem que se masturbou ao seu lado. A lei de 2018, que tornou a importunação sexual crime, prevê de 1 a 5 anos de prisão.

Um mulher de 34 anos diz ter sido vítima de importunação sexual em um voo da empresa Azul que saiu de São Paulo com destino a Porto Alegre. Ela relata que o passageiro que estava na poltrona do seu lado se masturbou durante a viagem.

“Logo no início do voo eu notei que esse cara da minha direita mexia a mão sempre nessa região das partes íntimas. Até que ficou muito intenso mesmo, um movimento de masturbação”, diz a mulher.
Ela afirma que tentou então pedir ajuda para a equipe da companhia aérea.

“Contei para as comissárias o que estava acontecendo. Tremendo muito, muito nervosa. Uma delas contou pra outra, e essa outra moça perguntou onde eu estava sentada. Só isso. Aí ela retornou pra cabine e falou: ‘realmente ele ainda tá fazendo’.”

As comissárias mudaram a vítima de poltrona, mas quando ela cobrou que a polícia fosse chamada quando o avião pousasse, a medida não foi tomada. O homem desembarcou da aeronave sem ser abordado.

“Perguntei: ‘e aí, como é que vai ser? Ele vai ser preso? Vão chamar a polícia?’. Ela olhou pra mim e falou assim, exatamente assim: ‘olha, na verdade, a gente estava observando e ele não está em ereção’. Eu fiquei chocada. Falei pra ela: ‘não precisa ter ereção. Ele não pode fazer isso em público’. E ela foi embora.”

Quando voltou pra São Paulo, a vítima procurou uma advogada. Elas vieram ao aeroporto de Congonhas e registraram um boletim de ocorrência na Polícia Federal.

A lei de 2018, que tornou a importunação sexual crime, prevê de 1 a 5 anos de prisão. A advogada que representa a vítima diz que faltou por parte da companhia aérea o entendimento de que se tratava de um crime.

“A companhia aérea foi muito omissa com ela, foi desrespeitosa. A lei foi muito benéfica nisso de colocar: a importunação basta. Não precisa violência, não precisa agredir, não precisa gritar. Importunou e com cunho sexual basta para ser crime”, diz Jacqueline Valles, advogada da vítima.

Por meio de nota, a Azul afirmou que repudia qualquer tipo de comportamento inadequado e que cause constrangimento aos seus clientes. A empresa também alega que assim que soube da situação ocorrida no voo, a tripulação “prestou toda a assistência durante o voo”. A Azul também disse que está à disposição das autoridades que investigam o caso.

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