Nessa segunda-feira (14) o Ministério Público Federal ofereceu ao Superior Tribunal de Justiça – STJ uma nova denúncia contra o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). De acordo com a Sub-procuradora geral da República, Lindôra Araújo, a organização criminosa a qual Witzel desviou recursos públicos e agia nos quatro núcleos básicos: econômico, administrativo, financeiro-operacional e político. O MP quer, além da condenação pelo crime, a perda dos cargos públicos e o pagamento de indenização mínima no valor de R$ 100 milhões (R$ 50 milhões por danos materiais e outros R$ 50 milhões por danos morais coletivos).

Foram denunciados pelo MPF: Wilson Witzel e sua mulher Helena Witzel, o advogado Lucas Tristão do Carmo, o deputado estadual Gothardo Lopes Netto, Pastor Everaldo e seu sócio Edson da Silva Torres, o advogado Edmar José dos Santos, o operador financeiro Victor Hugo Amaral Cavalcante Barroso, Nilo Francisco da Silva Filho, o empresário Cláudio Marcelo Santos Silva, o ex-pró-reitor da Unig José Carlos de Melo e o operador financeiro Carlos Frederico Loretti da Silveira (Kiko).

“A organização criminosa chefiada por Wilson Witzel é lastreada em três principais pilares, liderados por Mário Peixoto; Pastor Everaldo, Edson Torres e Victor Hugo; José Carlos de Melo”, explica Lindôra Araújo. O grupo teria iniciado suas atividades no ano de 2017 com a cooptação de Witzel para concorrer ao governo. Estima-se que ele tenha recebido R$ 1 milhão quando ainda era juiz federal. Toda a estrutura da organização criminosa foi descoberta graças às investigações iniciadas com a Operação Favorito, que resultaram na prisão do empresário Mário Peixoto e de seus operadores financeiros, e culminaram com a Operação Tris in Idem.

No último dia 28 de agosto Witzel foi afastado do cargo por suspeita de envolvimento em desvios na área da Saúde durante a pandemia de Covid-19. Segundo o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Superior Tribunal de Justiça, uma organização criminosa foi instalada no governo estadual a partir da eleição do governador, que assumiu o cargo em 2019. Witzel teria recebido R$ 554 mil, mas nega as acusações. Nessa segunda-feira, a defesa do político entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reconduzi-lo ao cargo.