A gerente administrativa Lúcia Nascimento ainda pensa duas vezes antes de ir ao salão de beleza num shopping, na zona leste de São Paulo. Além do receio da Covid-19, o horário limitado de funcionamento passou a ser um empecilho. “Para mim é ruim sair um pouco mais tarde de casa, acredito que vir mais cedo acaba facilitando para você fazer as suas coisas. Com esse horário, eu teria que vir mais tarde, o que fica mais complicado. Me sentiria mais segura vindo mais cedo”, afirma. Dono do salão, Jefferson Nascimento diz que a alteração do horário é uma vontade de todos. “A gente tem sentido um pouco de resistência de alguns clientes pelos horários de final de dia. Então o comércio de rua se torna mais atrativo para eles. E o shopping sempre foi um local seguro”, opina.

Atualmente, os shoppings da cidade só podem funcionar das 16h às 22h. Proprietário de uma loja de calçados, José Romão diz que os clientes preferem aparecer mais cedo, principalmente na hora do almoço. “Hoje em São Paulo está muito perigoso sair na rua de noite, quantos assaltos acontecem de noite. Então o comprador, depois das 20h não sai na rua. Não adianta”, explica. Nesta terça-feira, 18, donos de lojas se reuniram com representantes da prefeitura e do governo do Estado de São Paulo. A ideia dos empresários é que o funcionamento seja antecipado para 14h.

O presidente da Associação dos lojistas de shopping do Brasil, Nabil Sahyoun, diz que o governador João Doria se mostrou favorável ao apelo. “A gente sentiu que deveremos ter uma possível boa notícia. O governador não assumiu o que seria essa boa notícia, mas ficamos em uma expectativa. Se vai ser oito horas, doze ou dez horas ainda não temos essa definição, mas temos uma boa probabilidade. Mas mostramos para o governador que o setor já amargou em prejuízo de mais de R$ 40 bilhões entre os 577 shoppings do país”, afirma. A Associação reafirma que todas as medidas de higiene estão sendo tomadas, bastando o poder público apostar e confiar na retomada.

*Com informações do repórter Leonardo Martins