O governador Eduardo Leite (PSDB) detalhou nesta sexta-feira (1º), em entrevista exclusiva ao programa Pra Cima Deles, o plano de distanciamento controlado que começará a ser implementado no Rio Grande do Sul. Segundo ele, pela taxa menor de casos e mortes por coronavírus em comparação com outros estados, o RS está em uma “posição confortável”.

Até agora, foram registrados 1.529 casos e 58 óbitos, um índice de mortalidade de 5 a cada 1 milhão de habitantes. “Temos tido sucesso com o plano de isolamento social e agora estamos nos preparando para o distanciamento controlado. Não é volta à normalidade. Vamos buscar equilíbrio na atividade econômica e respeito a vida”, afirmou o governador.

Leite lembrou que teremos que conviver com alguma forma de isolamento por um longo tempo, provavelmente até que haja uma vacina contra o coronavírus.

Plano de distanciamento

O modelo de distanciamento no estado vai agrupar as 30 regiões de saúde em 20 áreas, que serão classificadas por bandeiras: amarela (risco médio/baixo), laranja (risco médio) e vermelha (risco alto). Serão considerados critérios como número de testes, disponibilidade de leitos de UTI e ventiladores, taxa de crescimentos dos casos, entre outros.

De acordo com Leite, o isolamento proposto inicialmente, quando havia poucos casos, foi necessário pois “tínhamos poucas informações e dados”. “O que usávamos é o que observávamos no resto do mundo, na Europa, Estados Unidos. Foi para entendermos o que está acontecendo, ganhar um tempo para estruturar o sistema de saúde. Não havia outra alternativa”, explicou.

No entanto, ele acredita que agora já sabemos mais sobre o comportamento do vírus em cada região. Além disso, contou que o governo do RS está realizando uma política de testes com base em metodologias por causa amostral, para indicar a prevalência da Covid-19 na população.

“Observando a faixa etária, de renda, conseguimos estimar a prevalência do vírus nas populações e identificar os locais com maior disseminação e impor as restrições”, disse. Ele citou como exemplo a cidade de Passo Fundo, que receberá bandeira vermelha, já que há uma explosão de casos no município.

Já na região metropolitana de Porto Alegre, a bandeira será laranja, o que significa que alguns comércios podem funcionar, desde que sigam recomendações de higiene e proteção.

Sobre as aulas nas escolas, Leite disse que o governo espera retorná-las na rede pública em junho. “Precisamos estabelecer os protocolos necessários. A higienização terá que ser mais constante, por exemplo.”