Promovido pelo CTG Sincero Lemes, de Vila Nova do Sul, torneio de “marcação campeira” reproduz lida do campo em que animais recebem marcas com símbolo das propridades.

Sob o argumento de práticas que envolveriam “violência animal, em especial, o sofrimento físico e psicológico” em terneiros, a ONG Princípio Animal tentou barrar, na Justiça, o torneio chamado “marcação campeira”.

O evento realizado pelo CTG Sincero Lemes, de Vila Nova do Sul, na Região Central do Rio Grande do Sul, transformou em competição uma tradicional atividade que consiste em colocar a marca de uma determinada propriedade rural em um novilho, utilizando ferro em brasa.

A marcação, porém, foi mantida em primeiro e segundo graus. No Tribunal de Justiça, o desembargador Eduardo Delgado, da 9ª Câmara Cível, que citou parecer do promotor Fernando Mello Müller na sentença.

“Essa forma de tratar os animais não é algo novo, pois foi transmitida de geração em geração e, até hoje, alimenta o amor do povo gaúcho pela lida do campo e pela pacata vida rural”, explicou o promotor, que ainda destacou a emenda constitucional que permite a prática de vaquejadas.

“Portanto, não há motivo razoável para que as atividades de vaquejada, tradicionais em outras regiões do país, sejam permitidas, com assento constitucional e legal, e a atividade a ser realizada no evento organizado pelo réu (o CTG) seja proibida, afirmou Müller.

No despacho o desembargador anexou toda a documentação que legaliza a marcação em Vila Nova do Sul. E concluiu não estar evidenciada “ilegalidade” para o cancelamento, em especial diante das “autorizações emitidas por parte dos órgãos fiscalizadores responsáveis ara o resguardo da segurança das pessoas e dos animais”.