Os Correios informaram nesta terça-feira, 22, que 92,7% dos empregados estão trabalhando normalmente, segundo sistema de monitoramento da empresa. Ontem, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou, no julgamento do dissídio coletivo, o retorno dos trabalhadores, sob pena de multa diária de R$ 100 mil às entidades representativas, em caso de descumprimento. Hoje, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT) criticou a decisão e disse que vai recorrer, mas orientou os filiados a retornarem ao trabalho e realizarem assembleias para a volta das atividades a partir das 22h desta terça-feira. “Na avaliação da Federação, esse resultado não contempla a categoria e causará um empobrecimento dos trabalhadores frente as perdas salariais que essas cláusulas usurpadas representam na folha de pagamento e em benefícios que garantem a dignidade do ecetistas e suas famílias. No entanto, sabemos que muitas lutas virão pela frente como a batalha contra a privatização dos Correios, que já está na ordem do dia. Por isso, este é um momento de reflexão, aglutinação, e sobretudo de recuperar todas as nossas forças para enfrentar as próximas lutas que estão por vir”, afirmou em nota.

Nesta segunda, por maioria de votos, os ministros da Seção de Dissídios Coletivos consideraram que a greve não foi abusiva. Além disso, somente 20 cláusulas que estavam previstas no acordo anterior deverão prevalecer. O reajuste de 2,6% previsto em uma das cláusulas foi mantido. O TST determinou que direitos como licença maternidade de 180 dias passará a 120 dias, e um desconto salarial referente a metade dos dias de greve e compensação nos demais. Com a compensação das horas não trabalhadas, a empresa afirmou que pretende ampliar a capacidade operacional do plano de continuidade do negócio e normalizar o mais rápido possível o fluxo de entregas de cartas e encomendas em todo país. “Mutirões de entrega continuarão sendo realizados com o apoio dos empregados das áreas administrativa e operacional, unidos em prol da manutenção dos serviços da estatal”, disse.

Somente nos primeiros 14 dias de setembro deste ano a Fundação Procon-SP registrou 756 reclamações contra os Correios, um aumento de 472% em relação ao ano passado, quando foram feitas 132 reclamações no mês inteiro. O principal motivo é o não fornecimento do serviço. De janeiro a agosto de 2020 foram registradas 3.504 reclamações; no mesmo período de 2019 foram 664, um aumento de 428%. A rede de atendimento dos Correios permanece aberta e os serviços, inclusive o SEDEX e o PAC, continuam disponíveis. As postagens com hora marcada permanecem temporariamente suspensas – medida em vigor desde o anúncio da pandemia. Para mais informações, os clientes podem entrar em contato pelos telefones 3003-0100 e 0800 725 0100 ou pelo site.