Diante de discussões que levantaram a possibilidade de revisão do teto de gastos do governo federal, o candidato do Partido Novo à Prefeitura de São Paulo, Filipe Sabará, afirmou que, se eleito, o “teto de gastos tem de ser absolutamente respeitado”. Em âmbito federal, o assunto provocou a queda de dois secretários do Ministério da Economia, agitou os ânimos de Brasília no último mês e fez com que o presidente Jair Bolsonaro se pronunciasse ao lado dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados em defesa da responsabilidade fiscal. Sabará, no entanto, evitou comentários sobre o governo Bolsonaro, mas defendeu uma reforma administrativa na Prefeitura. “Nossa proposta é, obviamente, controlar os gastos ao máximo e privatizar para pagar direito as contas e não subir impostos. São Paulo subiu 30% de IPTU e o munícipe não pode mais pagar tanto imposto, que como em um passe de mágica é incluído na conta. A questão do teto se faz muito necessária, o controle fiscal tem que estar muito em dia e o teto tem de ser absolutamente respeitado. Não há como fazer isso sem diminuir gastos e privatizar”, disse à Jovem Pan. Segundo ele, o principal tema das eleições e o desafio do próximo gestor da cidade de São Paulo será a retomada econômica após a pandemia do novo coronavírus.

Para se tornar o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, Sabará passou por um processo seletivo interno, com análise de currículo, entrevista com consultores e dirigentes do partido. Na segunda fase, era necessário pagar o valor de R$ 4 mil para participar. O pré-candidato defende “quadros técnicos” para as secretarias do município e elogiou a condução do Estado de Minas Gerais pelo correligionário Romeu Zema que, segundo ele, “está dando um show em Minais com uma equipe técnica e enxuta”.

Veja algumas propostas defendidas pelo pré-candidato do Novo à prefeitura de SP

Na Economia: Privatização

O pré-candidato acredita que a privatização, o investimento do setor privado em áreas de periferia e a reforma administrativa na Prefeitura devem ajudar o caixa do município a se recuperar após a pandemia. “O grande desafio será a retomada da economia, os eleitores querem saber como pagam salários, retomam negócios e isso já é assunto. O setor tem reclamado de dificuldade de retomada. Quem perdeu o emprego e quem empreende também vai buscar isso em um prefeito. Privatizar não foi o foco da gestão [do atual prefeito, Bruno] Covas e isso será necessário no próximo ano”, disse.

Na Educação: Inovação

Ao abordar o tema Educação, Sabará ressaltou que o ensino público será ainda mais demandado no próximo ano com a saída de alunos das escolas particulares do município. “Muitos pais que haviam colocado suas crianças em escolas privadas, agora com a crise, vão depender mais ainda da educação pública. Com a pandemia, inovações deverão ser feitas na Educação para mudar esse cenário”, afirmou.

Na Saúde: Modernização

Para Sabará, o setor da Saúde do município necessita passar uma modernização, mas para isso acontecer “é preciso enxugar a máquina pública”. “Enxugando a máquina conseguimos focar em serviços essenciais para o paulistano. É preciso criar o prontuário eletrônico e teremos o básico no dia a dia para a Saúde, que tem prestado um atendimento fraco”. avaliou. Com a pandemia de Covid-19, houve atraso nas cirurgias eletivas e os índices de leitos disponíveis nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) disparou na capital.

Moradia: Revisar plano diretor

Segundo Sabará, a revisão do Plano Diretor, que determina a ocupação do solo urbano da cidade, poderia promover um “adensamento maior do centro da cidade e, junto com isso, trazer encontros entre o mercado financeiro e os empreendedores”. Ele defende ainda que a Prefeitura deixe “a população crescer de forma liberal no Centro” através moradias mais baratas na região enquanto que os moradores da periferia teriam acesso ao investimento privado para o fortalecimento dos negócios nessas regiões mais afastadas do centro expandido de São Paulo.

No Social: Assistência com oportunidade

Para as periferias, que Sabará tem chamado de “regiões de oportunidade”, ele defende o investimento do setor privado nos micros e pequenos empresários dessas localidades. Para os moradores de rua e usuários de droga em situação de rua, o ex-secretário quando João Doria foi prefeito da capital acredita que é preciso oferecer a assistência com oportunidade de emprego. “Quando implementamos o Trabalho Novo, geramos 3 mil empregos com 190 empresas privadas. Quem precisa de mão de obra poderia estar empregando essas pessoas, e eles abraçam a oportunidade com toda garra. É uma abordagem voltada para oportunidade de emprego e mudança de vida. Atualmente, a prefeitura não consegue resolver a causa nem o sintoma”, declarou.