Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2020

Com 852 voluntários recrutados entre profissionais da saúde, o Hospital São Lucas da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) deve começar neste sábado (8) os testes em Porto Alegre de uma vacina experimental chinesa contra o coronavírus.

A instituição é a única do Estado a participar do estudo, coordenado pelo Instituto Butantan-SP em parceria com empresa farmacêutica Sinovac Biotech, do país asiático.

O experimento está em sua terceira e última fase final, que envolve a pesquisa clínica com seres humanos. Ao todo, cerca de 9 mil pessoas foram selecionadas para receber o produto, denominado CoronaVac.

No Rio Grande do Sul, foram 5 mil candidatos ao imunizante, cujo primeiro lote foi recebido de São Paulo no início desta semana. A previsão é de que os testes sejam concluídos no final de outubro.

A empresa fornece as doses para realização dos testes clínicos, destinados a verificar eficácia e segurança. Caso esses dois requisitos sejam preenchidos, um acordo de transferência de tecnologia prevê a produção em escala industrial por ambos os países.

No Brasil, a ideia é fornecer a vacina gratuitamente no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), após o registro pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

“A CoronaVac utiliza uma tecnologia já amplamente aplicada em outros produtos do gênero e, por esse motivo, o Butantan avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente”, avalia a PUCRS.

Procedimento

Os voluntários humanos serão divididos em grupos e, após receberem a injeção, serão monitorados continuamente, para documentação dos resultados.

Metade das “cobaias” receberá duas doses do imunizante em um intervalo de 14 dias e a outra metade receberá duas doses de placebo (substância com as mesmas características, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito).

Nas etapas 1 e 2, o laboratório – sediado em Pequim – já havia realizado cerca de mil testes no país asiático, por meio de um modelo experimental aplicado em macacos. A farmacêutica relatou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do coronavírus.

Outras instituições

A vacina começou a ser injetada nesta quarta-feira (5) em profissionais de saúde na UnB (Universidade de Brasília) e os testes prosseguem nesta quinta-feira no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP).

Nesta sexta-feira, foi a vez do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, e da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP). Confira as demais instituições envolvidas:

– Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP;

– Instituto de Infectologia Emílio Ribas;

– Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto;

– Universidade Municipal de São Caetano do Sul (SP);

– Universidade Federal de Minas Gerais;

– Hospital Israelita Albert Einstein;

– Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas-RJ.

(Marcello Campos)

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