A empresa de medicina diagnóstica Dasa irá conduzir no Brasil testes das fases 2 e 3 para a vacina contra a Covid-19, UB-612, da empresa Covaxx. O objetivo é envolver pelo menos 3 mil pessoas no ensaio clínico. A avaliação visa analisar a eficácia do tratamento, eventuais efeitos colaterais e as doses de segurança do medicamento. Atualmente a vacina já passa por testes na Fase 1 em Taiwan, denominada pré-clínica (em animais). “A gente já está desenhando protocolos junto com time técnico da Covaxx. Tenso resultado da Fase I em novembro, podemos fazer submissão com plano de iniciar recrutamento até o fim do ano para iniciar a pesquisa clínica”, explica o diretor médico da Dasa, Gustavo Campana.

A partir daí, a análise das Fases 2 e 3 durariam pelo menos 12 meses e até 24 meses. Isso significa que em havendo êxito no ensaio clínico ao longo do ano de 2021 a vacina estaria disponível no mercado brasileiro no início de 2022. No cenário mais longo, essa projeção poderia ir para o começo de 2023. A Covaxx afirma que pretende produzir 100 milhões de doses no primeiro quadrimestre de 2021 e 500 milhões ao longo desse ano. Isso porque a fabricação ocorre em paralelo à pesquisa. Para o Brasil, caso os testes demonstrem a eficácia e a segurança seriam disponibilizados 50 milhões de doses para o mercado público e 10 milhões de unidades para a comercialização pela Dasa.

De acordo com a empresa, a vacina é sintética, não trabalhando com vírus ou agentes biológicos. Isso diminuiria seu risco. Esta característica também facilita a ampliação de sua produção para uma alta escala. Os responsáveis estimam que seja possível ofertar o tratamento em dose única, o que diminuiria seu custo e facilitaria o tempo de imunidade garantido. O projeto dos testes da vacina conta com apoio financeiro de outras empresas, como a de insumos médicos Mafra, o Banco Inter, a Localiza e a construtora MRV. A Covaxx é uma subsidiária da empresa estadunidense United Biomedical Inc.

Vacina de Oxford

Nesta terça, o laboratório AstraZeneca informou a suspensão dos testes com a vacina “de Oxford”, apelido recebido por ter a universidade britânica como parte do projeto para o seu desenvolvimento. A vacina em desenvolvimento era apontada por representantes do governo brasileiro como a mais promissora para o tratamento da covid-19. A decisão teria ocorrido em função da reação adversa de um participante do ensaio clínico. Os responsáveis agora analisam se a manifestação foi causada pela vacina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que esse tipo de interrupção é “comum”.

*Com informações da Agência Brasil