O Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Receita Federal cumprem, nesta quarta-feira (9), 50 mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas e empresas investigadas por um suposto desvio de R$ 355 milhões do Sesc RJ, do Senac RJ e da Fecomércio RJ entre 2012 e 2018. O escritório dos advogados do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, é um dos alvos da operação. Eles são suspeitos de liderar o esquema. Os agentes da Polícia Federal também têm como alvo escritórios de parentes de ministros do STJ e TCU-RJ. Entre eles estão firmas do ex-ministro César Asfor Rocha (STJ) e seu filho Caio Rocha, os advogados Eduardo Martins (filho de Humberto Martins) e Tiago Cedraz (filho de Aroldo Cedraz). As medidas foram autorizadas pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.

Chamada de E$quema S, a operação foi deflagrada ao mesmo tempo em que se inicia o trâmite de uma ação penal contra 26 pessoas, incluindo o ex-governador do Estado Sérgio Cabral e a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. Os recursos do Sesc e do Senac têm origem pública através do repasse de contribuições sobre a folha de pagamento de empresas comerciais da Receita Federal para os Serviços. As investigações do MPF partiram da Operação Jabuti, de 2018, e reuniram dados compartilhados de apuração da Receita, TCU, MPF-DF e quebras de sigilos — além da colaboração premiada do ex-presidente da Fecomércio, Orlando Santos Diniz.

O MPF já ofereceu denúncia contra 26 pessoas por 43 crimes, como: organização criminosa, estelionato, corrupção passiva e ativa, peculato, tráfico de influência e exploração de prestígio. As denúncias indicam que, dos R$ 355 milhões, pelo menos R$ 151 milhões foram desviados em um esquema liderado por Diniz, Marcelo Almeida, Roberto Teixeira, Cristiano Zanin, Fernando Hargreaves, Vladimir Spíndola, Ana Tereza Basílio, José Roberto Sampaio, Eduardo Martins, Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo. Todos foram denunciados por organização criminosa. De acordo com as investigações, o esquema incluía o uso de contratos fictícios — em que serviços eram declarados e remunerados, mas não eram prestados.

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